A MacroTransição junto com a Catho Educação Executiva promoverão no dia 13 e 14 de fevereiro a conferência " Empresas Familiares, estratégia de Gestão e Sucessão".
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Emoção e razão Mesmo com perfil de gestão promissor, as empresas familiares devem se profissionalizar
RAISSA SCHEFFER Gazeta de Ribeirão raissa.lopes@gazetaderibeirao.com.br
Mesmo com um perfil de gestão promissor por causa da proximidade dos proprietários, as empresas familiares podem ter seu futuro prejudicado pelo envolvimento emocional com os negócios e pela falta de profissionalismo. Discussões entre membros da família e falta de preparação dos futuros dirigentes são os principais problemas enfrentados, de acordo com especialistas ouvidos pela Gazeta.
“A administração de empresas familiares envolve razão e emoção, e em muitos casos a emoção predomina”, disse o professor Eduardo Najjar, coordenador do Núcleo de Empresas Familiares da Escola Superior de Propaganda e Marketinhg de São Paulo (ESPM). Segundo ele, do ponto de vista técnico, empresas com gestão familiar são melhores pois existe maior disposição para investimentos. Porém, o comportamento dos membros da família pode ameaçar mais do que o mercado. “A questão dos valores é perigosa. A família cresce e problemas de convivência interferem na empresa.”
Para o administrador de empresas Marcelo Brandão, ainda falta profissionalismo em muitas empresas familiares e, além da questão emocional, existe falta de preparo das gerações futuras. “É preciso que haja uma política de contratação de membros da família. Os patriarcas devem oferecer qualificação aos filhos, eles precisam ser competentes e experientes.”
É o caso da família Guião, do Grupo Santa Emília de Ribeirão, onde o investimento profissional nos membros possibilitou que a empresa chegasse até a terceira geração sem conflitos. “Ficou acertado que, para que houvesse a sucessão, os filhos precisariam ser formados, morar um ano fora do País e trabalhar por cinco anos em outra empresa”, disse o patriarca Rui Flávio Chúfalo Guião.
A contratação de executivos de fora da família pode ser uma saída contra as ameaças emocionais. Os membros podem ajudar nas decisões do conselho. No Hospital São Francisco, a contratação de executivos para cuidar da administração teve o objetivo de proteger a família de questões emocionais e melhorar resultados. “Os executivos tem função estratégica na empresa, e a família acompanha e cobra esses resultados no conselho”, disse o superintendente José Cleber do Nascimento Costa.
Formação é fundamental
Como uma organização que compreende aspectos tão importantes para a maior parte das pessoas — família e trabalho —, as empresas familiares possuem grande poder, quando bem administradas. Chamar executivos de fora ou permitir a entrada de grupos de investimento são apontadas como boas soluções para separar os conflitos emocionais dos negócios, desde que haja uma seleção séria de profissionais. Mesmo com essas boas alternativas, para o professor Eduardo Najjar, o fundamental é a família tomar a atitude de profissionalização. "As famílias precisam levar a sério e criar a mentalidade que existe um patrimônio para cuidar", disse. Para os cinco integrantes da família Guião que administram uma das empresas do Grupo Santa Emília em Ribeirão, o profissionalismo sempre foi palavra de ordem. "Todas as decisões aqui são tomadas pela maioria, e quem perde apoia quem ganha", disse o pai Rui Flávio Chúfalo Guião, que ainda participa das decisões da empresa junto com a mulher Cecília de Barros Cruz e Guião. Os três filhos, Rui Flávio Guião, Luis Eduardo Guião e Rodrigo Guião administram os negócios com base na colaboração. (RS)
É necessário mudança cultural
Lidar com questões relativas ao negócio, desde os bens particulares até questões familiares, faz com que as empresas administradas por famílias tenham perfil de gestão semelhantes, que pode dar a esses negócios força e sustentabilidade, mas também trazer grandes conflitos pessoais. Para manter o sucesso do negócio, muitas companhias buscam recursos fora da família. Na administração da empresa de equipamentos para a agroindústria, Santal, que nasceu em 1960 com base familiar, a entrada de um fundo de investimento foi essencial para o desenvolvimento dos negócios e a mudança de cultura. "Primeiro aconteceu a entrada do fundo de investimento, e depois começou uma reestruturação da gestão da empresa", disse o presidente da Santal, Walfner Leitão, que ocupa o cargo desde junho do ano passado. Com as mudanças, um conselho formado por membros da família e investidores foi criado para ajudar nas decisões. "Com a entrada de executivos, sai a figura do dono e entra a estrutura de um time. Sou um funcionário como todos os outros e trabalhamos juntos para a empresa crescer", disse. Segundo Leitão, a nova estrutura trouxe ferramentas de desenvolvimento e a empresa passou por um processo de revolução. O executivo, que já passou por um processo de profissionalização, disse que o essencial para manter as novas técnicas e conceitos, é uma mudança cultural. "Essa parte precisa ser modificada, pois essas ferramentas não podem se perder, caso as famílias voltem ao comando da empresa", disse. (RS)
Contratar executivos é a saída
A contratação de executivos de fora para assumir a gestão de empresas familiares pode ser uma boa alternativa para criar uma estrutura diferente de transição, porém, ainda existe muita resistência das famílias em tomar essa atitude. "Esse é um processo muito complicado em algumas empresas, pois existe o problema de vaidade dos familiares", disse o executivo Edgar Roberto Theodoro, diretor geral da empresa familiar Drogacenter, da área farmacêutica de Ribeirão. O processo de profissionalização da empresa começou em 2002 com o objetivo de crescimento. Segundo Theodoro, a transição na empresa trouxe bons resultados. "Crescemos oito vezes em faturamento no período", disse o executivo que já participou de profissionalização de outras empresas familiares. Para o professor Eduardo Najjar, esse movimento ainda é pequeno no País. "As empresas ainda estão começando a investir nessa profissionalização." Mas, segundo o administrador Marcelo Brandão, a contratação de executivos de fora também pode trazer prejuízos a empresas familiares. "Existem pessoas que não conseguem administrar direito o dinheiro dos outros", disse. (RS)
RELAÇÃO
“Com a entrada de executivos de fora na organização das empresas, as relações se estabelecem no campo profissional.”
José Cleber do Nascimento Costa Superintendente do Hospital São Francisco
Consultor de Empresas Familiares e Governança Corporativa ; pesquisador e professor nessa área.
Professor em cursos 'In Company" , "In Family" ,MBA ,Pós- graduação e programas abertos , desde 1979 , em Instituições de Ensino como: ESPM , FAAP , FACAMP , Fundação Dom Cabral , Instituto Mauá de Tecnologia ,Instituto Trevisan , PUC-SP , PUC-BH , UNICAMP ,USP.
Palestrante em congressos , simpósios , eventos abertos e eventos abertos e eventos realizados por Instituições de Ensino , Empresas em geral e Entidades de Classe.
Autor de livros, colaborador de publicações acadêmicas e empresariais ,em diversas mídias.
Graduado em Administração de Empresas -FEA/USP , pós-graduado em Educação e História da Arte - Universidade Mackenzie.
Criou ,e coordena ,o Núcleo de Estudos de Empresas Familiares e Governança Corporativa - ESPM - SP
Sócio-diretor da Macro Transição ,escritório de consultoria em Negócios Familiares , na America Latina .
Desenvolveu carreira executiva na área de Recursos Humanos e "Change Management ".
Criou metodologia de "coaching" em transição de carreiras tendo atendido,aproximadamente ,trezentos e cinqüenta executivos em quatro anos.