Com conselhos consultivos ou formação de grupos de executivos, profissionais tentam garantir uma visão diferente para suas dúvidas
O Estadao de S.Paulo
Maurice Braustein, presidente do Grupo GR, de segurança patrimonial, sentia-se sozinho no topo. Sem ninguém acima para debater as estratégias da empresa, decidiu sair do isolamento e montou um conselho consultivo com três executivos de áreas distintas. "Quando você tem uma companhia de capital nacional, de um dono majoritário, em um dado momento você se sente só, pois não tem com quem dividir." Da tomada de decisões sozinho à discussão em grupo, há seis meses, o resultado, diz, foi notável: "Nosso Ebitda cresceu 20%."
O time de conselheiros, formado por Jacques Gelman, Mário Fleck e Daniel Citron, tem experiência nas áreas de varejo, serviços, finanças, indústria e mercado imobiliário. Apesar de não terem vivência no setor de segurança, contribuem na gestão. "Está sendo muito salutar. É uma visão imparcial, externa, sem medo de machucar. Eles falam mesmo." As mudanças que deram resultado mais visível até agora foram nos processos. "Eles produziram novas ideias de forma de controle."
O conselho de administração tem uma preocupação voltada a resultados, diferente do conselho consultivo, onde a discussão é mais aberta. "São pessoas de notório saber que não têm aquela preocupação de acompanhar, monitorar, mitigar risco. É mais amplo." Por regra, as empresas de capital aberto devem ter um conselho de administração. Já o conselho consultivo é mais comum nas de capital fechado, mas não obrigatório.
Solução em grupo. Outra forma de atenuar a solidão do poder é fazer parte de um grupo. A Vistage fez disso um negócio e coordena pequenos grupos que se encontram mensalmente. Cada núcleo tem cerca de 15 presidentes e diretores de empresas de áreas diversas não concorrentes. Para entrar, tem de ser convidado. "Uma das propostas e benefícios que oferecemos às pessoas é de minorar a solidão", diz o engenheiro Luiz Paulo Ferrão, um dos coordenadores da empresa.
As discussões se concentram em questões estratégicas. "De maneira geral, esses líderes têm de decidir tudo sozinhos. Nas empresas, estão cercados de pessoas, mas todas elas têm seus próprios interesses, e os líderes não podem compartilhar tudo com seus subordinados ou sócios."
Os encontros, que levam um dia inteiro, têm uma agenda que procura abordar todos os temas propostos pelos integrantes. "Tivemos casos de uma pessoa que queria abrir uma nova linha de produto e expôs o business plan. O grupo comentou, opinou. O que o grupo não faz é votar. Não se busca o consenso."
O exercício de buscar soluções para o problema alheio também traz benefícios para si. "Ao pensar no negócio do outro, ele também reflete sobre o próprio."
terça-feira, 30 de março de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
MacroTransição
Rua Dr. Guilherme Bannitz, 126 – cj. 21 - CEP 04532-060
Itaim Bibi – São Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário